quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Mercado de Trabalho para Tecnólogos

No site Portal dos Tecnólogos: http://www.rhportal.com.br/artigos/rh.php?idc_cad=rgfryvla4,  encontrei uma publicação sobre o mercado para os Tecnólogos, escrito por Joaquim Oliveira (gestor de pessoas), no qual gostaria de compartilhar aqui no meu blog para conhecimento de todos.

            Os Cursos Tecnólogos já foram confundidos com cursos técnicos. Foram durante um tempo pouco valorizados no mercado de trabalho e procurados só por aqueles que já trabalhavam na área. Mas esta realidade está mudando. Nos últimos anos, a procura cresceu, o perfil dos alunos mudou e o mercado criou novas oportunidades para os profissionais deste seguimento profissional e educacional.


O Curso Superior Tecnológico não é um curso Técnico, como alguns pensam. Este é um curso superior com uma duração mais curta, em virtude das necessidades do mercado de trabalho. Apesar de ter uma duração menor do que os cursos Tradicionais de Bacharelado, esta modalidade de ensino é riquíssima em conteúdo e traz grandes possibilidades de empregabilidade.


O número de cursos superiores de tecnologia cresceu 96,67% entre 2004 e 2006, passando de 1.804 para 3.548 em todo o país, segundo dados do Ministério da Educação. Só no Estado de São Paulo, de 1998 a 2004, a quantidade de alunos ingressantes nas graduações tecnológicas aumentou 395%, de acordo com o Censo Nacional da Educação Superior realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).


Os cursos de tecnologia foram criados para atender às demandas atuais de mercado. E elas vão mudando com os anos. Esse formato de curso tem maior agilidade para atender às mudanças por ter forte carga de aulas práticas e laboratoriais e por incentivar o estágio e o aprendizado focado. Tais profissionais já saem da Faculdade direcionados a uma área especifica, “já sabendo pra onde vai”.


Uma justificativa para a grande oferta de trabalho diante dos tecnólogos é o novo perfil do mercado. De uns anos para cá, "talvez duas décadas", o mercado se tornou mais dinâmico. "Passamos por um processo de especialização das profissões e de diversificação das áreas. Não se pensava em um profissional de design de multimídia ou de gastronomia, e hoje eles existem. Diversificaram-se, assim, as opções de trabalho. Isso tem permitido que egressos desses cursos encontrem seu espaço no mercado, que é dinâmico e tem lugar para profissionais de diferentes formações",


No Mercado de trabalho, não existem apenas Administradores, Advogados, engenheiros, Médicos, Psicólogos e Contadores. Sem dúvida o Mercado precisa destes profissionais, mas a mesma necessidade que o mercado tem destes, ele tem dos profissionais especialistas em Pessoas, em Tecnologia de Informação, Gestão Comercial, Gastronomia, Etc.


Quando surgiram no final da década de 60, os cursos superiores de tecnologia eram mais dirigidos para as áreas de engenharia. Mas o tempo passou e eles mudaram de perfil. As escolas têm fugido do tradicional e criado cursos inovadores. Por exemplo, há um curso tecnológico em design de multimídia, área muito nova e que vem crescendo bastante com o avanço da internet e dos jogos eletrônicos. Os cursos mudaram, mais ofertas de emprego surgiram, o reconhecimento do tecnólogo como profissional de curso superior tem se consolidado.


Houve uma ampliação do leque de alunos que procuram os cursos superiores de tecnologia. O perfil clássico de quem cursava o tecnólogo era o de pessoas que já estavam no mercado, mas pensavam em fazer um curso superior porque não haviam concluído a faculdade ou mesmo nunca haviam tido a oportunidade de começar uma graduação. Eram alunos, geralmente na faixa dos 25, 30 anos, que desejavam adquirir mais conhecimento e ter a chance de crescimento na vida profissional.


Alunos com esse perfil continuam a procurar os cursos superiores de tecnologia. Mas agora eles têm a companhia de muitos outros grupos. O mercado de curso superior de tecnologia, pela existência de novas profissões, se expandiu. Em vez de ser curso de curta duração para adulto, o tecnólogo virou opção para novas profissões. E, com isso, o público se diversificou. Temos desde o jovem que saiu do ensino médio e quer seguir uma carreira até o profissional Pós Graduado que faz o curso de Gestão Executiva para adquirir novos conhecimentos.


Segundo uma pesquisa feita pela Universidade de Ubirapuera (São Paulo), Os alunos dos Cursos Superiores de Tecnologia são 51,8% são mulheres e 48,2% são homens, sendo que 16% têm entre 16 e 20 anos. E 51,2% têm menos de 25 anos.


Com o crescimento da procura e da oferta de cursos superiores de tecnologia e com a mudança do perfil do aluno, o Brasil começa a se equiparar aos Estados Unidos e à Europa, onde os cursos superiores de duração mais curta representam mais de 50% dos alunos matriculados, diz Eduardo Wurzmann, presidente da Veris Educacional. “No Brasil ainda há um campo gigantesco, cheio de oportunidades para uma vida profissional, só basta aproveitar estas oportunidades, afirma Eduardo”.


Claro que a graduação tecnológica não vai substituir o bacharelado. É certo que a procura pela graduação tecnológica tem crescido e que mais pessoas podem completar o ensino superior nessa modalidade, que exige menos anos de estudo. Mas é preciso lembrar que os focos do bacharelado e da graduação tecnológica são distintos. A graduação tecnológica é um tipo de graduação focada em um segmento especifico. O profissional se especializa em uma determinada área, se aprofunda. Enquanto a graduação de Bacharelado é uma formação mais abrangente, com uma visão mais generalista.


Algumas universidades  perceberam essa tendência e se adaptaram. Deslocar vagas do bacharelado para o curso de tecnólogo já é uma realidade. Há no país inteiro um decréscimo do número de alunos que procuram o ensino superior tradicional.


Os tecnólogos são profissionais com formação superior. Essa imagem meio nebulosa de que se trata de um curso de segunda classe já foi mais forte, mas ainda existe. Por culpa de quem? Da desinformação e de confusões do passado.


Os tecnólogos surgiram como graduações plenas, mas, por terem uma carga horária reduzida, foram equiparados com cursos Técnicos e lançados na mesma situação, na época, esses cursos eram realmente considerados de segunda classe e os tecnólogos pegaram esta fama. E a ignorância e desconhecimento é mesmo o vilão da graduação superior tecnológica. Havia uma certa resistência porque tecnólogo é um nome difícil. Embora se associe a ciência e técnica, muita gente não o associava a graduação, mas apenas a curso técnico. A confusão entre tecnólogos e cursos técnicos contribuiu para se criar um certo preconceito contra o profissional formado nessa modalidade de graduação. Por décadas nos acostumamos que a formação de nível superior era feita pelos bacharelados. Estabeleceu-se essa cultura. Quando algum aluno comentava que era tecnólogo, muitos não sabiam o que era isso. Confundiam com cursos técnicos, de formação do ensino médio. Não desmerecendo os cursos Técnicos, Mas devemos entender que cada coisa é uma coisa. Preto é preto e branco é branco.


O preconceito desaparece à medida que o curso se torna mais divulgado. Os empregadores estão contratando tecnólogos como profissionais intermediários, complementares, ou seja, estão abaixo, não podem assumir responsabilidades efetivas nas suas áreas de formação e compatíveis com um graduado. Esta forma equivocada de pensamento deverá desaparecer com o tempo. A medida que as empresas começarem a conhecer tais profissionais. Infelizmente, por desconhecimento ou por medo da falta de valorização, os cursos de tecnólogos ainda não são a opção da maioria dos alunos que saem do ensino médio. O senso comum é muito forte. As pessoas são orientadas para as carreiras clássicas. O mercado anterior necessitava de profissionais mais abrangentes, mas o mercado atual e mercado do futuro necessitam de especialistas em determinados seguimentos. A grande demanda exige isto. Novas profissões aparecem e quem melhor atende em formação são os cursos de tecnologia


Os cursos superiores em tecnologia costumam gerar dúvidas quanto à aceitação no mercado de trabalho e à possibilidade de dar continuidade à carreira acadêmica após uma formação do tipo. No entanto não há restrições quanto à atuação do profissional formado com o título de tecnólogo. Assim como os bacharelados e as licenciaturas, os tecnológicos são considerados uma graduação superior. Desde que aprovados e reconhecidos pelo Ministério da Educação. Os cursos credenciam os formandos a atuar no mercado de trabalho e a seguir a carreira acadêmica sem problemas. Não há restrições quanto a fazer um mestrado, um doutorado.


Segundo Silva, as empresas e órgãos públicos estão cada vez mais abertos à presença de profissionais com esse título, contratando e possibilitando o ingresso por meio de concursos, que já aceitam a inscrição de tecnólogos em editais. A política de criação dos institutos federais de tecnologia (Ifets) tem ajudado a reforçar a necessidade desses profissionais e a necessidade do mercado. O campo de trabalho precisa cada vez mais de pessoas capacitadas e com ensino superior. O curso de tecnologia é um bom instrumento para quem quer se formar em menos tempo.


Normalmente, as graduações tecnológicas duram a metade dos bacharelados e também são menores que as licenciaturas. O profissional é formado com o título de tecnólogo em determinada área, com competências e habilidades para a resolução de problemas e desenvolvimento de atividades especializadas naquela profissão. É uma formação dinâmica e bem ligada à difusão de tecnologia. O tecnólogo é mais articulado com o mercado nesse sentido. Outra diferenciação é a união do conhecimento com a prática.